Todas as
quartas de sextas-feiras à noite, uma das quadras poliesportivas da
Universidade Católica de Brasília é invadida por um grupo que poderia assustar
a um desavisado que passa por perto. “Armados” com capacetes, joelheiras e
tacos de mais de um metro, 26 atletas do time UCB Hockey in-Line perseguem o
difícil sonho de praticar um esporte muito pouco conhecido no Brasil… e menos
ainda na capital federal.
O hóquei em
linha é uma modalidade que repete quase todas as regras do — bem mais conhecido
— hóquei no gelo. Com a diferença, claro, de que é disputado em quadras de
cimento e sobre patins com rodas. Em Brasília, o time nasceu da união de alguns
amigos que gostavam de jogar nos estacionamentos do parque da cidade,
inspirados pelos profissionais da NHL, liga norte-americana da versão no gelo.
Com o
passar do tempo, eles se organizaram e conseguiram o registro na Confederação
Brasileira de Hockey no Gelo — que engloba também o hóquei em linha —, com a
possibilidade de participar de algumas competições.
Por ser um esporte pouco praticado, o time percorreu vários espaços da cidade à procura de um lugar para treinar antes de encontrar o espaço na Universidade Católica. “Muitos lugares não aceitavam que praticássemos o esporte. Por ser uma modalidade que parece violenta, algumas pessoas têm preconceito”, comenta o goleiro do time Duarte Ferreira, 22 anos.
Na Católica
há seis meses, o time diz-se satisfeito com o local, mas aponta outras
dificuldades. “Aqui há uma ótima estrutura para o treinamento, mas infelizmente
ainda não temos patrocínio”, comenta a o treinador, Igor Corrêa. A falta de
dinheiro compromete os planos de fazer mais amistosos e participar de competições
fora de Brasília. “Pedimos o valor de 30 reais por mês dos alunos como forma de
ajuda nas dispensas com competições e equipamentos”, comenta Igor.
O hóquei
não é um esporte barato de ser praticado. O equipamento completo de um jogador
custa por volta de mil reais. Para os goleiros, que usam um patins especial,
esse valor pode ser ainda mais alto. “Os patins da modalidade são diferentes
dos convencionais, com mudanças nas rodinhas e na estrutura”, explica Duarte.